sábado, 26 de dezembro de 2009

Vai-te

Façamos assim: pega tua camisa de flanela e some daqui. Não sei como alguém pode se apegar tanto a uma camisa de flanela. Não era nem pelo conforto que dela gostavas. Nem sabes o que é flanela! Não entendes, não sentes a flanela. Era apego infantil, um uso pelo simples fato de ela ser barata e de tua mão não abrir pra nada.
Pega essa camisa cheia de injustiças. Fui eu quem te apresentou a flanela... Pois pega tua camisa, meus sonhos quebrados pelo chão. Junte tudo e faça da camisa um saco. Embola tudo e leva embora, pra longe, pra onde eu não tenha que ficar rememorando tudo o que não foi. Porque no final é assim mesmo, sonhos partidos, injustiças, fala rude. E lembranças... do que se teve, do que não se teve. E a raiva. E a dor. E agora dói. E me dá raiva porque deixo doer. Ainda não sei fazer parar, mas sei que conseguirei. Enquanto não consigo, a raiva. De mim, de ti, do tempo.
Vai-te embora. Tu, a camisa, os sonhos. Tudo. Não deixe nada, que não quero. Hei de me renovar sem teus restos. Porque tudo o que restar me restringirá, não me permitirá a liberdade. Vai-te o quanto antes!
Isso, vai e bate a porta. Vai-te porque eu ainda te amo!

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