segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Opinião pessoal sobre os omissos

Ultimamente tenho pensado bastante na importância (inclusive negativa) do otimismo nas nossas relações com o mundo. Essa crença se abate mais evidentemente em grupos juvenis (ah, aquela idade da arrogância feliz e atroz de que só os virgens de coração são capazes) e em muitos movimentos religiosos. Todos acreditam que este é um mundo bom de se viver, um mundo de Deus e que, se por um lado ele apresenta tormentas, são pois meros testes, já que esse é uma preparação para um mundo ainda melhor.

Embora eu discorde profundamente sobre o destino (tanto o provável quanto o desejado) da humanidade, devo confessar que me afeiçôo mais a esses deliciosos ufanistas, que exteriorizam sua representação daVontade (esse elemento vital merece vários posts, que farei com muita calma) do que aqueles que, incapazes de focar suas vistas turvas em quaisquer dos elementos que esta vida se lhes apresenta, passam desordenados pelas horas famintas do relógio e serão sepultados sem opiniões, crenças ou realizações.
Penso que são pessoas deficientes, amputadas de sua capacidade de sentir, não servem nem mesmo para continuar a destruição do mundo que teve início na descoberta e exaltação do egoísmo humano e, portanto, absolutamente dispensáveis para o ciclo evolutivo da natureza. (Sim, os omissos de plantão ficam de fora até da condenação, já que se excluíram da manifestação da Vontade.)

Schoppenhauer acreditava que "
O inferno de nossa vida supera o de Dante no ponto de que cada um de nós é o demônio do seu vizinho." Ele acreditava que todos somos capazes _ e assim procedemos _ de nos matar e destruir mutuamente. Eu acreditava nisso até há algum tempo, mas agora vejo que seria arrogante demais nos atrbuir tanta tamanho gênio e sucesso mesmo na desgraça aos homens. Em nossa maioria somos destruídos pela brutalidade de uns poucos que, mesmo na sua infinita bestialidade, ao menos se expressam com toda a energia que lhes é devida. Da mesma maneira, a contrabalança fica nas mãos de uns poucos que, tomados de uma ternura irreal se arremetem contra a desgraça como paladinos da salvação.

O triste, porém, é pensar na massa. Poucos querem ser mocinhos ou bandidos. A imensa maioria não quer ser nada além de cenário. Ou pior: É CENÁRIO DE FATO PORQUE, TÃO OMISSA, NEM AO MENOS TEM VONTADE DE SER O QUE É.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

disse isso um dia a uma amiga querida que me incentivou a publicar tal fala de alguma forma.

tudo aconteceu a partir de revezes que me aconteceram sequencialmente. a primeira reação: susto. posteriormente, só resta desânimo. passado algum tempo, porém, é possível refletir e ver que a inação não constitui mais do que uma hibernação, ou melhor, uma fase no casulo para renascer alada. nada mais de rastejar!

enfm, o fato é que percebi que não sou menos vigorosa do que há alguns anos antes. tenho o mesmo vigor e a vantagem de mais bagagem. o problema é que em algum ponto iniciei um processo idiota de vitimização que me arremessou no lago gelado da inércia. isto posto, só preciso iniciar minha reação, retomando minha vida com as garras aquilinas que sempre tive para perseguir o que julgo ser meu. parte difícil, porque estou com hipotermia e vou precisar de um cobertor e lareira antes de iniciar o processo!

:P

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Breves palavras de inauguração

O pano de fundo da filosofia de schoppenhauer trata do pessimismo metafísico. Em homenagem a meu filósofo favorito, eis não apenas o título, mas todo este blog. O Espírito pré-existencialista eflui dele como uma brisa que lentamente varre o pó de que somos feitos. (Essa brisa suave ainda há de limar as estátuas endurecidas que somos!)

Entretanto, do pessimismo pode emergir muita coisa bem-humorada, como estou aprendendo na leitura de um filósofo de nossa terra brasilis, Jair Barboza. De toda a depressão das obras dos grandes sofredores mentalmente atormentados (de facto) como Schoppenhauer e, posteriormente, Nietzsche, dentre muitas lições, fico com a que é mais evidente: se o sofrimento e a derrota são a recompensa da vida (porque malgrado todos os esforços... ela termina), melhor então desfrutar do gozo e da delícia que é saborear a própria quebra de banca pessoal. Tanto melhor se nossa atuação for ativa, desvairada e sem fins lucrativos.

Portanto, convoco a todos que cruzarem meu caminho a perder a proteção da faculdade racional e perceber os demônios do mundo. Assim sendo, atuem já, pois se nosso "maior delito"foi ter nascido, o resto é... o que tiver que ser!
 
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